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(No apartamento, oitavo andar, Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa/Gravataí 22 graus) A vertigem, sensação estranha de estar sendo puxado para baixo, ao chegar perto de lugares altos não me permite estar mais próximo da janela de um quarto muito branco que tem ar condicionado com controles embutidos na parede, e que não respeita a temperatura que é colocada no termostato.

Fico pensando no sujeito que colocou o parapeito de mármore do lado de fora da esquadria, que me separa do voo livre e rápido que me levaria ao encontro eterno com Morfeu.

Alias, difícil dormir ambas as noites. A primeira por falta de tempo e a segunda por falta de sono. Muito suco de laranja, Chopp e uma comida pouco convidativa, mal mastigada, também fizeram estragos. Como diria H. Gessinger: “trago comigo os estragos”.

A TV com trocentos canais estranhamente não fixava a Globo. Só descobri que o canal era chamado de outra forma minutos antes de desligar pela última vez o modelo LG de imponentes 24 polegadas. Quem precisa de TV quando se tem internet? Quem precisa de internet quando se tem sono? Quem precisa de sono quando se tem tanta coisa pra digerir?