Existe vida depois do Agility?

(Don’t say you want me | Don’t say you need me | Don’t say you love me | It’s understood/São Paulo 27 graus) O mais interessante dessa minha vida pós agility, sim porque no agility eu não estou mais, é que muita gente antes tão presente se pudesse hoje me viraria a cara. Pelo menos sinto isso. Não viram porque não precisam.

Sempre fui extremamente e externamente agradecido pelos que me ajudaram, tentei sempre ajudar não apenas esses, mas o agility de uma forma geral. Ainda estão no ar os sites da CBA (www.agilitybr.com.br) e o meu (www,agility.esp.br). É uma forma de ajudar também, pelo menos algumas coisas não se perdem, esse agility brasileiro não tem memória nenhuma.

Vamos pegar uma rota recalculada aqui.

Lembrei de algo agora lá no início dos meus tempos “agilísticos”. Um dos coordenadores me falou depois de eu recusar que o site que então era da CBA ficasse no meu nome. Disse ele: “vamos colocar o site da CBA no seu nome, eu não confio em ninguém”. Acho que nunca escrevi isso antes. Talvez num dos tantos HD´s de computadores antigos eu tenha esse email guardado.

Do outro lado muitos também não confiaram em mim nesses tantos anos no esporte. Não irei citar nomes, não tenho tanto tempo pra escrever. Agora fui maldoso. Como já perdi os amigos, então não preciso mais cuidar as piadas.

O fato é que existe vida depois do agility, ou fora do. Essa é a verdade e é isso que muitos conseguem visualizar quando estão longe do ambiente que é vicioso. Quando você se afasta um pouco, ou quando tem algo parecido em intensidade para comparar, logo vê que o Agility não é tudo, muito pelo contrário, é quase nada.

“Ah, o agility é minha vida”. Cara…

Quando você tira do mapa, sobra um cachorro do outro lado, um ser que depois da sua vida útil dentro do esporte ainda terá 5, 6, 7 até 10 anos pela frente. Claro, se você é um daqueles que usa e descarta não tem problema, ou que ainda deixa empilhado em algum canil, também não.

Mas se você era como eu, um doente que bebia, comia, dormia e acordava agility, e que estava no esporte porque primeiro amava o cachorro que tinha, aí você com certeza vai simplesmente fazer outra coisa, ocupar o seu tempo com outro assunto mais relevante ou tão tediosamente viciante quanto.

E com certeza fará novos amigos.

Alguns desses você poderá levar pra sua vida, mesmo afastado você conversará, discutirá sobre outros assuntos, mandará pra Merda, bem como outros estarão ao teu lado, na tua volta, apenas enquanto você estiver dentro dessa atividade. Normal, pra mim. Eu já fui músico, já pesquei, já vendi carro, já tirei foto de exposição de cachorro, já fiz agility e agora tenho meus carros velhos.

Levo alguma coisa de cada atividade.