(No taxi que me trouxe até aqui Julio Iglesias me dava razão/Gravataí 24 graus sem chuva)

Deixei meu carro de dia a dia na sexta-feira passada para revisão. A ideia do atendente era me entregar no final da tarde. Eu disse “eu heim? Nem pensar”. Sexta, fim de tarde, verão, saída de POA pra praia. Deixa pra segunda-feira. Chamei meu Uber e fui pra casa. Sem ser desumilde, carro não falta aqui. Minoria funciona, verdade.

O motorista que me levou estava na concessionária onde eu estava. Fez uma avaliação do carro dele pra troca. Reclamou que pagam pouco, e é verdade, ainda mais se for um carro de outra marca, e que era 2020, a Fipe 50 mil, queriam pagar 30.

Descobri uma infinidade de coisas sobre ele, como a corrida é longa, cerca de 30km, e feita em 40 minutos, é praticamente uma seção de psicologia. Corridas pequenas geram papos como “quente hoje”, “será que chove?”, “e essa obra que não termina?”. Frivolidades a parte, gosto mais de entender os motoras, cada nuance de personalidade, o alter ego. Márcio, está em Gravataí, mas mora em Pelotas. Trabalha aqui, e vai final de semana pra casa. Pra ele foi bom, voltou pra casa de graça, ou quase.

Em uma rápida pesquisa aqui no Góglio, vi que a Uber começou a operar no Brasil em 2014, Rio de Janeiro. Dez anos em 2024. Não lembro quando chegou em Gravataí, mas foi bem depois.

Uma vez em São Paulo, a gente foi até a 25 de março. Eu, Vívian e o Théo. Ela se espantou com o quanto conversei com o Uber. “O que foi aquilo Fabiano?” disse ela ao sair do carro. Eu disse “é o meu lado psicólogo”. Mas era uma corrida longa, da casa dos pais dela até a Vinte e Cinco.

Uso muito Uber em São Paulo, corridas curtas que motoristas odeiam. Aqui no RS é normalmente quando deixo o carro pra revisão. Corridas longas.

Hoje no retorno, o motorista morava em Gravataí, ele me levou até lá e teria que batalhar uma viagem de volta. Porém o Miller, nome que constava no aplicativo, era de Fortaleza. Longe de casa. Veio pra passar uma temporada de férias e está aqui há 3 anos. Diz que é melhor do que lá. Segurança, Educação. Morava ha 5 minutos da praia. Tirando o calor que é bem pior aqui, disse ele. É o que eu falo e ninguém acredita. Aqui o verão é modo inferno.