O fim de uma Era

(um dia lindo pra sair de casa e andar sem rumo, esquecer/ Gravataí 23 graus)

A foto abaixo é do dia 31 de dezembro de 2009, praticamente 15 anos atrás. Guíça (esquerda) tinha 4 anos e meio. Bola (centro) 2 anos e 3 meses, enquanto Schummy 6 anos e 10 meses. Esses foram os três cães da raça Border Collie na minha vida Agilitística.

Houveram outros cães, outras raças, porém o maior tempo de esporte e na vida foram esses três. Todo cachorro é incrível, mas esses três eram muito mais, porque eram meus. Guíça se foi pouco tempo depois em 2011, com seis anos de idade. Em dezembro também, dia 15 ou 16. Schummy durou mais, foi até os 15 anos e 7 meses, recorde aqui da casa até que o Bola resolveu ser melhor e ir além do que seu pai foi. 17 anos dois meses e 20 dias.

Os três eu treinei com muito empenho. Schummy foi o melhor cachorro que eu tive, na pior hora que poderia ter. Já que eu sabia nada do esporte e tive que lidar com um cachorro muito acima da minha capacidade. Foi muito complicado.

Guíça foi superação pura, ela era muito medrosa e levar ela até o Agility, chegar ao vice campeonato nacional não teve preço. Quando ela morreu eu joguei todas as medalhas dela fora. Tudo que conquistamos. Pensei que não adiantava nada todas as glórias do mundo sem ter o que me levou até lá. O ensinamento foi duro, mas com o Bola eu acabei me concentrando muito mais e os resultados com ele foram melhores ainda.

E ele entrou em pista com Théo também, chegaram ao pódio, 4º lugar, na maior competição do esporte na América do Sul. No grau deles, que era o primeiro, porém chegaram. Orgulho dos dois. Porque eu sou muito exigente nessas situações comigo, acabo cobrando os outros também.

Treinar o Bola, praticamente sozinho em casa, me deu conhecimento para posteriormente treinar a Glee e a Coca, dois cachorros que foram muito melhores que ele. Porém a Glee não é um Border e a Coca não é minha.

Por esse motivo a passagem do Bola é o fim de uma Era. Parei de praticar o esporte em 2017, ele já não competia mais comigo, nesses sete anos de aposentadoria ele teve uma vida muito boa, vida de cachorro. Eu sempre falava que quando você tira o Agility da sua vida, o que sobra é um cachorro. Que vai viver do teu lado, irá pra onde você for, te pedirá carinho, vai solicitar comida, vai ficar doente e um dia não vai mais estar ali contigo.