A saída 1

20180328panHoje a notícia de que a Pandora, ou a PAN, não está mais entre nós, me fez pensar nos SRD (sem raça definida) novamente. Pandora, foi conduzida pela Simone, pelo José Ernesto e pelo Wellington. Foi campeã, no entanto o grande feito dela foi ter colocado mais gente dentro do agility.

Meus sentimentos Simone e Ernesto. A foto ao lado tirei em fevereiro, lá no Hotel da Serra. Pandora tinha 14 anos e meio.

Num momento tão triste é até chato levantar bandeira, mas até em respeito a Pandora vou fazer isso.

Neste ponto em que tanto discutimos o crescimento do esporte olhar para cães sem raça, ou de outras raças é uma grande saída. Há um ano eu publicava que Cookie era o segundo cão em 10 anos NÃOBORDER que chegava ao título Standard no G2. O outro foi vencido pela Aloha, que também não está mais nesse plano.

Ano passado formamos um time SRD no Américas e Caribe, quatro cães sem raça competindo pelo Brasil. Foi uma das coisas mais legais que já vi e fiz parte. Não fomos muito longe, porque esquecemos de combinar que deveríamos completar as pistas. Porém estou pra dizer que eram seis cães SRD entre quase 300! Pouco para um país que tem zilhões dessa “raça”.

Mas vamos deixar a Pandora e seus “semelhantes” de lado. Entre aspas porque é difícil achar um parecido com outro. E vamos focar nos outros cães de raça, que não os BCs.

Já contei que 60% dos cães em nosso agility, inscritos para provas são Borders. E esse número é mantido com variações mínimas durante os últimos 10 anos. Mas já tivemos períodos em que o Jack Russel foi terceira força, poodles, schnauzers e goldens também já foram bem representados.

Precisamos dar alguma vantagem para cães de outras raças, só que antes de dar alguma vantagem, que eles não precisam, deveríamos não dar mais vantagem para cães rápidos. Agora não é o momento, pelo menos entre os iniciantes, grau 1 e até grau 2, de focar apenas na velocidade. Um Border será sempre um Border, a regra diz que ele é o mais rápido, embora tenhamos sempre as exceções. Até pra justificar o nome de “regra”.

Vamos pensar, pela saúde do esporte: melhor ter 50 duplas fazendo agility, sem importar a velocidade ou cinco super rápidas focando apenas a velocidade?

Particularmente, fico com as Pandoras, com as Alohas, com os Tobbys e outros cães divertidos que tivemos e temos poraí. Chamar os QRMBC (qualquer raça menos border collie) para o agility deixou de ser uma opção, é uma necessidade. Temos e precisamos dessas raças, para que toda pessoa que assista uma prova de agility, não fique apenas espantada com a perícia e velocidade de alguns.

Também fique encantada com o fato de que o agility realmente é um esporte para todos.