Dia 356.2024 – vai uma mini ai?

(Quando voa o condor, com o céu por de trás, trás na asa o sonho/Gravataí 27 graus e quase chuva)

Lá pelo início dos anos 80, no Brasil, ter um Matchbox era um luxo. Eles vinham em caixinhas de papelão que se destruíam rapidamente, nelas um desenho do carro que havia dentro, normalmente em ação.

A empresa que nasceu na década de 1950, trinta anos depois, tinha alguns concorrentes. Lembro de ter um Hotwheels, mas ele não era tão interessante. O grande barato dos Matchbox vinha do fato de que eles eram réplicas dos carros com detalhes como: roda, a pintura e acessórios, tudo era conforme o original. Se a cor do mercedes 1979 era verde musgo, a miniatura teria o mesmo verde musgo. O Hotwheels viria com um verde marca texto, rodas maiores e pneus pra fora do para lama.

A foto abaixo, não são meus carrinhos, está pra mostrar as caixas e as imagens que vinham nas mesmas.

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Saudosa Lembrança

Quando eu fazia agility, tinha um cara chamado Eduardo Falcone. Advogado, escritório na Paulista, um cara muito divertido e engraçado. Fanático pelo Curíntia e pela raça Pastor de Shetland. Ele cuidava dos regulamentos do esporte e eu fazia o site da Confederação Brasileira do mesmo. A gente falava praticamente todos os dias por email, das publicações, convocações, avisos. Um cara muito divertido. Tinha idade para ser meu pai.

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Não vou contar toda história aqui, mas numa dessas voltas da vida o filho dele morreu. Tinha minha idade, talvez um pouco mais velho. Tempos depois numa prova de Agility que fomos em São Paulo, ele vem até mim e diz “abre a mão” e eu com todo o respeito que devia a ele como amigo e chefe, abri sem hesitar. E ele colocou na minha mão uma miniatura de um Fusca Matchbox verde (foto acima). Antes que eu pudesse negar ou questionar o presente ele disse “era do meu filho, achei guardado dentro de uma caixa, e acho que você vai cuidar dele muito bem”.

Como eu sabia na hora que era Matchbox? Pelas rodas, quase todas as miniaturas tinham as mesmas rodas. Sem muitas palavras eu apenas agradeci e disse “vou cuidar Edu, vou cuidar”. O senhor Eduardo Falcone, Edu da Kuka como ele se apresentava quando ligava, faleceu uns cinco ou seis anos atrás.

Quero lembrar de outras histórias com ele.

Voltando ao cerne do post

No segundo texto dessa leva de 2024, comentei rapidamente sobre miniaturas. E ficou aberta a porta para continuar. Continuei aqui, postagem sobre Stop Motion. E assim já são duas referências. Interessante como algo que aparentemente não é tão importante na sua vida é na verdade bem relevante.

Hoje mesmo o Joel, amigo do Independente Volks Clube, mandou um vídeo mostrando uma ideia boa. Com as mesinhas aquelas que vem no centro das pizzas para que a tampa da caixa não encoste na comida, dá pra fazer um suporte para carrinhos de ferro. Parece que estão voando.

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Essa foto tirei de um anuncio do Mercado Livre , mas dá pra comer as pizzas e juntar as “mesas”.

Devo ter hoje uns 100 carrinhos nessa escala 1:64, que é sessenta e quatro vezes menor que o original. É o tamanho aproximado das miniaturas da Matchbox e Hotwheels. Digo aproximado porque tem vezes que essa escala comparativa foge um pouco e você acaba tendo carros que deveriam ter tamanhos semelhantes com proporções diferentes.

Fora isso, tenho 1:43, 1:32, 1:24 e até 1:18. Maior que isso é exagero, precisa de muito espaço. Comecei a montar uma 1:8, mas o valor final dela, custo em dinheiros, era o mesmo de uma Kombi 1:1. Não é mentira. Desisti. Sobraram as peças. Uma roda está na foto abaixo. Praticamente o tamanho da mini 1:43.

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Mais pra frente eu falo mais sobre miniaturas, minha coleção. Quem sabe um inventário detalhado sobre todas que eu tenho, sobre o sonho de ter uma estante com todos os carrinhos juntos. Veremos.