Ainda bem que minha família, aparentemente, me compreende. Os carros vieram antes, adorava ver revistas automotivas, ainda gosto. De música nunca, apesar de já ter consumido tais impressos, fui muito de ler, é algo mais visceral.
Mas lembro desde muito pequeno, de entrar em carros e ficar olhando os detalhes, lembrar que carro o fulano tinha em tal época, a cor, o modelo… passava dias e noites desenhando linhas inteiras de marcas imaginárias. Colocava preço, lista de acessórios, cores, tudo!
Chegava em uma banca de revistas e queria a Quatro Rodas. Recortava os meus preferidos, a edição virava um queijo suíço, e colava em folhas de rascunho que meu pai trazia do escritório. Descartes que eu usava para catalogar meus sonhos.
Óbvio que a gente cresce e os sonhos morrem. Alguns ficam adormecidos no subconsciente. Meu amor pelos Volkswagens nunca morreu. Adoro o que hoje chamam de Aircooled, ou refrigerados a ar. Fusca, Kombi, Variant, TL e Brasília.
Esse último, um projeto nacional, de um brasileiro, que foi solicitado pelo presidente da Volks no Brasil para, vejam só, substituir o Fusca!!! Esquece o New Beetle. Esquece esse Fusca novo. O sucessor do Fusca (Type1) é o Brasília, concebido para ser maior por dentro e menor por fora, com grandes áreas envidraçadas e um desenho moderno.
Ao contrário do nosso Fusca, que tem uma história familiar ímpar, esse carro é uma folha em branco, é um início de relação que eu já vejo no futuro, com muitos momentos bons, outros nem tanto… enfim… carro antigo é sempre carro antigo. O que importa no final das contas mesmo é sonhar.