Como já foi divulgado esse Brasileiro, 19º, ocorrerá também fora de São Paulo. Estão previstas ainda duas provas no Paraná, mas as provas de Pernambuco que ocorrerão daqui a 10 dias já são ventiladas há pelo menos dois anos.

Eu briguei muito por provas fora de São Paulo, briguei no sentido de pedir, não de ir pro pau. Mas sempre existiram muitas exigências para que isso fosse possível. Tenho dois relatos muito vivos na minha cabeça sobre provas nacionais fora de SP.

Vou abrir esse parênteses pra criar um contexto.

Primeiro um texto do site do AgilityNews, grande referência do Agility Nacional desde o seu início, que infelizmente perdemos após o falecimento do Sam. Uma pena que tanta história tenha se perdido. Lá no site a história da prova que ocorreu em 1999 aqui no Rio Grande do Sul.

Imagine, se hoje é longe, há quase 20 anos atrás deveria ser bem pior. Vieram de ônibus ainda. Mas vieram, fizeram a prova e no texto uma série de reclamações, a pior era em relação a hospedagem. Posso estar enganado, porém o esporte não era forte aqui naquele ano.

Em outra ocasião, aí eu já competia, em relação as provas de Abril de 2006 do Brasileiro no Rio de Janeiro. Me lembro que naquela vez muita gente reclamou do local, do piso, do hotel, da distância… enfim de quase tudo, até da regra que não permitia cães perto da lanchonete.

Não vou discutir aqui se estão certas ou erradas as regras. Se o hotel era bom ou ruim, se a grama estava alta ou baixa… até porque nossos níveis de exigência sempre foram baixos. Dormir no chão, dentro do carro, comer mal, isso sempre foi normal pra nós. Eu, nem meus parceiros de viagem, não era parâmetro.

Fecha parenteses.

Assim, sempre que se falava em provas fora do estado de São Paulo, se colocavam várias razões para que não fossem realizadas. Número de duplas competindo no estado que receberia as etapas era baixo, falta de secretaria qualificada, fotocélula e também hospedagem para receber tantos e tantos cães.

Com o tempo e tantas provas Paulistas todos já sabiam quando e onde ficar, os valores, tudo. A CBA se acomodou nisso e as pessoas com os incentivos, primeiro isenção depois desconto, não reclamavam muito.

Do outro lado muitos viam as exigências, eu inclusive, como desnecessárias, uma vez que algumas delas não eram realizadas pelas provas nacionais dentro do estado mesmo, parecendo que a regra era uma quando as provas eram em SP e outra quando e se fossem fora de SP.

Sempre pensei, que se os dois lados realmente quisessem fazer, algo de bom seria feito. E isso parece que aconteceu agora, com essas provas em Pernambuco. O agility lá se mantém, o crescimento em número de duplas não ocorreu no estado, não tivemos um boom (som de explosão), mas do lado um filhote já anda, o campeonato da Paraíba já está em sua quarta edição.

Então, assim como o Rio lá em 2006, em novembro, recebeu as etapas do VIII Campeonato (a última prova nacional oficial fora de São Paulo até a semana que vem), Pernambuco também merece e se as provas do Paraná também ocorrerem, será muito merecido.

Porém, temos que entender, precisamos que os dois lados realmente estejam nas pilhas para a realização. Do contrário, inventaremos um monte de desculpas sempre.

Pra finalizar, com provas nacionais fora de SP talvez as etapas da Copa Paulista ganhem em relevância e tenham um número de inscritos melhor, acabando com a diferença, mesmo que pequena entre as duplas do estado competindo no Brasileiro e no estadual.