(esse remédio jamais vai curar, esse remédio eu conheço é gasolina/Gravataí 20 graus e tempo 🙁 fechado) Não quis abordar o assunto, muito longo, no post de despedida do Tobby. Mas vamos aqui falar mais sobre ele dentro de pista. No agility.
Tobby era um cachorro pesado, esse é o ponto que precisamos ter em mente. Dessa forma nunca foi um cão rápido. Mesmo assim o desempenho dele não era ruim, se a gente pensar que era uma época em que os malditos outs eram preferência dos árbitros. Ainda são, mas como era novidade, deixa eu dizer, muitos tornavam aquilo um saco, com o perdão da palavra.
Foi uma passagem de tempo dentro do agility, nível mundo. Mas alguns reclamavam e diziam que os percursos deveriam ser mais fluídos e não tão “astravancados”.
Dito isso, dá pra imaginar que um cachorro que pesava de 32 a 34 quilos tinha dificuldades para serpentear como um Border Collie de 18. Como qualquer Golden de porte normal tem nos dias de hoje.
Mesmo assim, nos três anos do auge físico, ele foi muito bem se comparado aos Borders e até mesmo aos outros da sua raça, outras raças e aos sem raça. Foram três títulos Brasileiros seguidos do Qualquer Raça Menos Border Collie, mas com três colocações ótimas no Standard. 4º, 11º e 11º lugares. Num tempo em que o G2 fácilmente tinha 50 duplas pontuando.
E teve ainda mais um título nacional, na IV Copa CBA, onde ele também foi Vice Campeão do Grau 2 Standard. Perdendo apenas para Dan com Dina, uma dupla grau 3, que na ocasião pediu rebaixamento. E aí entra outro ponto. Se fosse possível pedir rebaixamento pra o grau 1, esse seria o caminho certo para o Tobby. Percursos mais abertos, mais fun, seriam ideais para o seu físico de ogro.
Foto: Daniel Neves.
O rebaixamento hoje é possível para o grau 1. Pelo menos era. Se eu estiver errado vocês podem me corrigir.
Tobby foi dentro do agility uma ótima referência para outras duplas. Ele era um meio termo da tabela de tempos. Era um cachorro constante que mostrava pra muitos que era possível fazer agility e que não precisava ser um Border.
Com o tempo e a falta de treinos, o seu físico de atleta que nem parecia ser, foi ficando no passado. Dois anos depois de parar com os treinamentos, ele ainda tinha o mesmo peso, mas era visível a troca de músculos por gordura. Ele foi indo até que um belo dia resolveu que não queria mais fazer, parou na frente de um salto e disse “não” pra Vívian. Acontece.
Foto: Marta Pires.
Foi bom e ruim, como tudo na vida tem um lado bom e um lado ruim, menos os discos do Pink Floyd, que tem os dois lados bons.
Daquele “NÃO” surgiu a Coca. Naquele dia em que ele abandonou por conta própria o esporte, eu disse que a Vívian deveria pegar outro cachorro, sob pena de não fazer mais agility num futuro bem próximo. Elvis já tinha 10 anos. Pensei “se leva mais de um ano pra treinar um cachorro, se esperar mais tempo vai ficar sem”. Aproveitamos que estávamos na Dog World e haviam lá filhotes para escolher um outro Tobby, um cachorro calmo pra ser feliz. Foi no tempo certo.
No entanto o treinamento levou a Coca para um nível que a gente não esperava. Além disso a genética está lá para ser bem ou mal aproveitada. A pergunta que fica é: e se o Tobby fosse treinado hoje, como treinamos a Coca, qual seria o nível dele? Como não existe “SE” na vida…
Obrigado Tobby, você fez a sua parte pelo esporte.