(Purple Rain, Purple Rain – Gravataí 27 graus)
De todas as audições até o momento essa é a mais difícil, por se tratar de um nome importante da música. De forma geral que conheço, sei quem é, mas que não escutei quase nada como fiz dessa vez. São três ou quatro músicas incluindo, é claro, a que da nome ao disco que conheço da carreira do Prince, e duas delas estão nesse álbum.
Contextualizando então: quem é Prince na fila do pão?
Bom, mais um artista que sabe tocar todos os instrumentos, além de compor as próprias letras e se auto produzir. Não é raro acontecer, posso citar uns 10 assim, que podem gravar discos inteiros sozinhos, fazer sucesso e ter continuidade. Existe sempre uma questão nesses grandes artistas e vejo nessa lista vários casos. Tira a super produção de um show. Tira a dança, tira a performance, deixa só o disco, só a música sem vídeo, sem imagem nenhuma que possa tirar o foco. O que sobra do Prince?
A resposta é: sobra muito ainda.
O problema me parece ter que inevitavelmente concorrer com o Michael Jackson. E é preciso dizer que em alguns pontos Prince é melhor. Depois de escutar esse disco que se chama “Prince and The Revolution – Purple Rain” achei de deveria escutar outras coisas, pelo menos um outro álbum inteiro. Fui direito no primeiro, de 1978, chamado “For You”. Acreditem, ele faleceu com 57 anos de idade, e gravou 39 discos. The Revolution era uma banda. Sendo assim o Purple Rain foi gravado por outros músicos também.
Por escutar o primeiro? Pra ver a diferença entre o de 78 e 84. São seis anos e depois porque se escutasse um trabalho de 2010, onde o formato de venda das músicas era diferente e a forma de produzir também, não teria o mesmo impacto. O disco de 78 é muito diferente do Purple Rain, enquanto que um é puro suco dos anos 80, o primeiro tem cara de década de 70 total, com Prince gravando todos os instrumentos e vocais. Tem um pegada Stevie Wonder Bossa Nova. É um negócio bem louco, e interessantemente bom.
Mas vamos ao Purple Rain e porque ele fez sucesso.
Assim como vários discos dessa lista ele é trilha sonora de um Filme, que tem o mesmo nome e é estrelado por… alguém quer papitar? Quem? Quem? Isso ele mesmo!!! Prince. Na película ele é um cantor de uma banda de Minneapolis (sua cidade natal na vida real) que tenta não cometer os mesmos erros que o seu pai cometeu (na vida real também era músico, tem uns enroscos lá com uma cantora, anda de moto e tals. O restante da história não sei. Me lembro de ter visto a propaganda no SBT (Sistema Bozo de Televisão), zilhões de anos atrás. Parece bastante com a história dele mesmo.
Pega então uma vasilha, coloca um artista talentoso, em ascensão, praticamente um guitar hero, com uma história quase verídica e joga um pouco de divulgação. Teremos certamente um sucesso de vendas. Lembrando que nos anos 80 o som foi diretamente ligado ao vídeo, com a MTV. Era um deleite total ver os vídeo clipes.
O álbum, conforme comentei, tem a sonoridade dos anos 1980. Interessante o fato do lado B ser melhor que o A, com a faixa título do álbum sendo a última do B. Com ela gasta de tanto tocar, a que eu mais acho interessante é “When Doves Cry”. Que se tirar um ou outro elemento ali, datado, vira um hit novo dos anos 2020. Tido como um grande Guitarrista, eu concordo, elas estão bem presentes nas músicas. Em algumas mais que outras. Temos sempre que lembrar que é um álbum de música Pop, não de Rock. Poderia ser, bastava querer. Muitas vezes os vocais são praticamente os que encontraríamos em bandas de Heavy Metal ou Hard Rock. Soa como Robert Plant, pode parecer como Axel Rose. São muitas vozes numa pessoa apenas.
Lado A
- “Let’s Go Crazy” – 4:39
- “Take Me with U” – 3:54
- “The Beautiful Ones” – 5:13
- “Computer Blue” – 3:59
- “Darling Nikki” – 4:14
Lado B
- “When Doves Cry” – 5:54
- “I Would Die 4 U” – 2:49
- “Baby I’m a Star” – 4:24
- “Purple Rain” – 8:41