(but she tuned out/São Paulo 26 graus) Foi no primeiro dia do ano que li a notícia do Paulo no Face, falando que a Blanka havia morrido. Não tem outra maneira de dizer isso, morreu. É duro. A realidade é dura. E num primeiro de ano ainda mais.

Nunca é fácil perder um amigo, o problema desses amigos que perdemos são os hormônios. Principalmente a Adrenalina. Imagine as descargas absurdas proporcionadas em 2008, pela Blanka no Paulo. Se eu que estava em casa já fiquei acordado mais de 36 horas entre Jumping e Agility. Naquele ano o Brasil foi Bi-Campeão Mundial Standard e Campeão entre os Minis pela primeira vez.

Foi uma vitória única, ninguém foi melhor em 2008 do que o Brasil Mini. E rapidinho lá se foram 10 anos. Porém me parece que foi ontem.

Me lembro da discussão de quem seria melhor, Blanka ou Skipper? Dois Shetlands incríveis. Os dois no mesmo time, e mais uma que já se foi, a Candy. Que também muito boa fazia um bom balanço entre a velocidade e regularidade.

Como não estar ligado, de forma cerebral e coronária, com um cão que te proporcionou uma conquista descomunal? Impossível que seja de outra forma. E os anos e anos de treino, tentando corrigir um ou outro ponto, em busca de décimos de segundo, todas as críticas, as cobranças, as próprias cobranças, que costumam ser as piores.

O Agility é tudo, é muita coisa, é a vida de alguns, mas nessas horas é nada.

Blanka foi campeã de praticamente tudo que disputou. Mundial, Américas, Nacional, Estadual… e  sofreu um pouco nos últimos tempos lutando, como todos os cães fazem, grandes exemplos de superação para todos nós. Tenho certeza que a dupla foi inspiração para muitos e muitos condutores, que olhavam tamanha sintonia em pista e imaginavam “poderia ser eu lá”.

Quando o Nimoy chegou aqui em casa lembrei de tantos Shetlands que passaram na minha vida. Cacau, Theo, kuka, Lennon, Skipper, Tyller, Skol… Blanka vai em paz! Você será sempre lembrada por este aqui, que escreve, como uma das melhores, talvez a melhor que vi pessoalmente.