(Patience, my dear, We could spend a life time waiting here/São Paulo 26 graus) Deveria ter escrito esse post na sexta-feira, e hoje já domingo. Mas nunca é tarde pra escrever.
Saímos de Gravataí bem cedo, nunca tão cedo. As 16 horas já estávamos carregados e prontos para ir. E fomos. Passamos na casa da minha mãe para deixar o peixe e lá eu lembrei de algo que deveria ter feito e não fiz.
A viagem foi bem rápida, mas não foi fácil não. A vontade de chegar foi muita, e vale dizer que estar em São Paulo nesses dias tem sido um grande exercício de sair de situações críticas. Algumas a gente consegue, outras não.
Pois bem…
Esqueci de deixar um ponto de luz em casa, pro cara que vai fazer um piso na frente de casa ligar a máquina dele. Já tinha um outro trabalhando lá durante o dia. Mal e porcamente trabalhando, vale dizer. Ao voltar em casa pra deixar o ponto de luz a disposição, notamos que o sujeito já não estava mais trabalhando. Sabe onde ele estava? Ele estava dentro do pátio da nossa casa fuçando nas minhas coisas. Antes tivesse ido embora.
É acreditem, o cara mal esperou a gente sair de casa pra ir lá dar um conferes. É muita sacanagem e isso me faz pensar que não, não, não dá pra confiar em mais ninguém.
Sou um cara bem tranquilo (SQN) e nem sei como me segurei pra não fazer algo pior do que fiz. Simplesmente pedi pra ele sair da minha casa. Falei com o sujeito que eu contratei, que não era esse que estava dentro da minha casa e pedi pra ele simplesmente mandar o cara pra PQP e esperar eu voltar de SP pra fazer o trabalho.
Seguimos viagem… embora não tenha conseguido deixar isso pra trás. Agora pouco ainda pensava nisso.
O marcador da Duster, de combustível, não está funcionando. Se fosse dos outros carros eu arrumaria. E quase em Florianópolis ficamos sem gasolina. A sorte é que foi bem perto de um posto. “Como você viaja sem gasolina e sem saber quanto tem no tanque?” O problema foi na bomba do posto de gasolina, que bateu no automático com 30 litros. O tanque tem 50. Normalmente esses automáticos das bombas funcionam e colocam a gasolina até o limite do reservatório mesmo. Não foi o caso desse vez. Confiei no posto de gasolina.
Eu controlava no computador de bordo o quanto já havíamos gasto. Quando paramos na BR101 eram apenas 34 litros. Empurrei o carro até um posto, 100 metros de onde paramos, muita sorte. Pedi pra completar. Deu 51 litros, exatamente a capacidade do carro. Agora eu sei que tenho 51 lá, só que não confiei mais nisso.
Segue a viagem…
Nossa última parada em Registro foi feita por volta das 4:30 da madrugada. Tiramos todos os cachorros demos água e fomos tomar um café no posto. Porém a Vívian não tirou o NImoy antes, eu falei vai tirando o dog, acordando o Théo enquanto eu vou no banheiro. Eu estava apertado. Muito Redbull pra ficar acordado.
Só que ela não tirou o dog.
Depois do café ela disse que tinha que soltar o dog. Falei ok. Então vai. Dei a chave e ela foi na frente enquanto eu e o Théo íamos mais devagar.
Ao chegar perto do carro a Vívian grita “o Nimoy não tá no carro!”. Como assim não tá no carro? A porta estava meio entreaberta e ela não encontrou o cachorro no carro. Nem pensei duas vezes. Me botei a procurar o cachorro, mas já pensando em encontrar ele morto na estrada. Imagina, aquele posto é muito movimentado, muito barulhento, caminhões e mais caminhões. Estou falando do Graal Petropen.
Um minuto depois de começar a procurar eu pensei “não tá certo, esse cachorro tá no carro”. Peguei a lanterna que meu pai manda eu ter sempre dentro do carro pro caso de emergência, fica no porta treco da minha porta, e apontei pra caixa. Lá estava Nimoy dentro dela. Mas vejam, demorou 1 minuto pra que meu mantra de viagem me alertasse. Não confie em ninguém.
Ainda estou puto com a Vívian por causa disso, vontade que eu tinha era de deixar ela lá pra ir de ônibus até SP, mas creiam… eu sou um cara bom SQN.