(você disse que não sabe se não, mas também não tem certeza que sim/Gravataí 25 graus)
Segunda parte do texto está aqui:
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Cada vez que penso nisso eu tendo a concordar com os incrédulos de plantão. QUE LOUCURA. Mas que afudê também. Chegamos ao camping com um certo atraso. A conta dos percalços chegou e atrasamos cerca de uma hora. Parece pouco, no entanto esses 60 minutos foram a diferença entre chegar de dia no camping ou a noite. Começar uma hora antes a janta ou uma hora a mais pra dormir também mudam muito o panorama.
Bom, chegamos. Procuramos um lugar no Camping que reservamos. Ficamos perto da churrasqueira, que era um barracão, sem paredes laterais, mas bom pra fazer a janta e deu até pra montar as barracas, foram três. A maioria do pessoal dormiu dentro dos carros. Tinha pia, churrasqueira e os banheiros eram perto. Porém poucos. Não sei como fazem no verão com apenas um masculino e um feminino. Tá certo que são diferentes para banho e necessidades, duas privadas com pia e dois chuveiros. A kombi da foto acima é do Tarcisio, primo do Estefânio. Ele é de Rio Grande e foi até lá para passar a noite conosco e começar a viagem. Giorge e família chegaram pelas 23:30.
Mesmo com o a tarde de viagem, ainda estávamos motivados, porque o melhor estava por vir no sábado com a travessia. O dono do camping apareceu uma hora e perguntou qual seria nosso destino. Falamos que era o Chuí. Ele disse “que legal, muita gente dorme aqui pra seguir viagem pro Uruguai”, no que alguém falou “pela beira da praia”. Na hora ele largou um “sério? Cês são loucos!”. Mais um.
Talvez todos estivessem certos.
Acordei as 4:30. Dormi com o ventilador ligado, pra tirar um pouco do cheiro de gasolina do tanque. Estava vazando pela boia. Vedação já não deve estar lá essas coisas. Todavia levantei mesmo as 5 horas. Fiz um café pra mim, conversamos um pouco e começamos a arrumar a tralha.
Nosso cronograma contava que as 6 horas nós deveríamos sair. Giorge já abortou a missão antes de começarmos. Ele não iria pela praia conosco. Iria pelo Asfalto, o Joel também desistiu, mas no dia anterior. A moto dele não ficou pronta e não ficaria nos próximos 10 dias. Triste, mas ele ainda seguiria conosco os primeiros quilômetros. Voltando depois para Rio Grande com o Tarcísio. As 7 horas conseguimos sair com os carros.
Mais uma hora de atraso. Bom lembrar, um dia a conta vem.
Fomos aos moles do Cassino (foto acima) realmente começar a viagem. Alguns acho que nunca haviam estado ali antes. É a maior construção desse tipo no mundo. Entra 4km mar a dentro para facilitar a chegada dos navios ao Porto de Rio Grande, que é o 5º maior do Brasil. Ano passado nós fomos caminhando até o final. Um belo passeio. Vale a visita. Abaixo uma foto de quando estivemos lá em abril de 2023.
E lá fomos nós, primeiros metros e quilômetros na areia, primeiras passagens dentro da água. Logo de cara a placa do Bola 8 meio que caiu. Mais um incidente. E na terceira passagem começamos a ver que as coisas estavam bem piores do que imaginamos. O Estefânio conseguiu atolar a Genoveva dando um passeio pela areia fofa. Supostamente procurando um lugar para atravessar o pequeno riacho que discutíamos se era ou não passável.
Conseguimos transpor, só que a cada parada alguém nos falava “pra frente tá bem pior”. E se já estava ruim onde deveria estar bom, isso começou a machucar. Um pescador, que estava com um Gol G3 na beira da praia estacionado, comentou que nossos carros eram ótimos para fazer a travessia, mas que achava que eles estavam muito baixos. “Caramba” pensei, “e eu ainda levantei o meu bastante”. A explicação, vinda dele, é que choveu muito na semana anterior, e os produtores de arroz abrem valetas pra escoar a água. E essa água acaba nesses pequenos riachos que dependendo da maré se tornam maiores ou menores.
A decisão não foi difícil. Olhando para os carros dava pra ver que eles estavam todos baixos mesmo. Particularmente fiquei muito frustrado, já que gastei um bom dinheiro deixando a Brasília em condições de andar, inclusive na beira da praia, pra chegar e ter que fazer o percurso pelo Asfalto. Teria feito a viagem bem melhor acomodado de Kombi.
A reflexão é: ainda que as condições estivessem melhores, acredito que seria complicado.
Voltamos, até a estrada, para o asfalto quente. A viagem mais triste pela falta do Joel que ficou em Rio Grande sem saber o que seria do dia dele, porém menos frustrante por saber que ainda estaríamos na estrada por muitas e muitas horas. Essa nossa volta pro asfalto custou mais uns bons de uns 40 minutos. Entre paradas, decisões e retornos. Vai contando.
Pelo menos as fotos ficaram muito boas.
Quarta parte do texto está aqui:
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