Essa é a última parte da história do Schummy. Nela vou falar sobre o “legado” que ele meu deixou no agility, e também no dia a dia. Nossa passagem oficial pelas pistas acaba com 115 percursos, em nove anos, cerca de 15 competições, regionais, nacionais e internacionais. Estivemos no Américas e Caribe 2009.
Preciso ser mais pontual em uma questão. Escrevi que foi muito ruim minha vida com Schummy, dentro de pista. E foi mesmo, levando em conta os resultados. Agora como aprendizado, eu mesmo disse, foi uma grande escola.
Abaixo da esquerda para direita: Guíça, Bola e Schummy. Em 2010.
O Legado
Apesar do desempenho ruim Schummy me deu a possibilidade de ter mais cães. Do primeiro cruzamento dele, nasceu a Guíça. Por acaso do destino veio parar comigo. A fêmea era de um criador e eu nem pensava em ter um filhote naquela época.
Foi um cachorro que deu muito trabalho pelo medo que tinha das coisas. Mas no final foi um bom cão para o esporte. Tivemos ótimos momentos dentro de pista, inclusive com um vice campeonato brasileiro no grau 2.
Infelizmente Guíça morreu com seis anos. Abaixo, Bola (esquerda), Schummy (direita) em 2012.
Bola veio de uma ninhada não programada, também não queria filhotes, e quando vi tinha 8 bordinhos. Uma verdadeira loucura. Parecido estéticamente com o Schummy, o temperamento dele não era tão forte quanto o do pai.
Mas treinando muito melhor do que quando o primeiro, os resultados eram fantásticos, em comparação. Tive a oportunidade, várias vezes de passar os três no mesmo percurso em treinos. Guíça era de dois a três segundos melhor que Schummy, e o Bola mais dois melhor que a Guíça.
Nesse sentido ele foi um grande comparativo. Era possível determinar como seria a evolução. E ajudou imensamente o sucesso do Bola, que chegou até o grau 3.
No entanto com 8 anos ele estava praticamente aposentado do agility, fazendo uma que outra coisa em casa mesmo, mas não mais com a intensidade necessária para competir. Ele gosta e sempre gostou mesmo é de catar as coisas e trazer, esse é o esporte do Schummy. Abaixo, em pista no Dog World. Ano: 2008.
O mais forte
Eu falo que o Border Collie é um cachorro muito forte. Schummy é assim. Resolvi escrever a história dele agora, pra que depois que ele vá ser eterno em algum lugar, eu não chore tanto ao ponto de não conseguir relatar com alguma precisão os fatos que contei nessas cinco partes.
Porque dessa última vez que ele nos assustou, que na verdade foi a primeira, pensei que não teria volta. Era muito grave, e só conseguimos notar um dia antes dele para no hospital porque ele não quis comer e demonstrou um desconforto. Quando um BC não quer comer e dá algum sinal de dor, por exemplo, é porque dever ser algo grave.
Os veterinários hoje nos falam que não acreditavam na recuperação. Em geral cães e gatos são resistentes, mas a recuperação dele foi incrível, no nível do dog sensacional que é. Claro, graças muito a equipe que atendeu ele na Anivet, aqui em Gravataí, e também a dedicação da Vívian em casa.
Em 2014, com 11 anos.
O futuro
Chega um momento que você tem apenas que aproveitar o tempo. Esse é o futuro dele. Sabemos que quando um dog chega aos 14 ou 15 anos é uma questão de tempo mesmo, até o momento em que ele não estará mais conosco. Mas hoje não sabemos mesmo, ele está tão bem que não seria estranho se ele mais uma vez surpreender todos comemorando mais um ou dos aniversários.
De qualquer forma, é sempre um prazer ter como companhia um cachorro tão incrível. Que me fez amar a raça, que passou toda essa loucura para seus filhos. De um temperamento equilibrado, que adora pessoas, não tem problemas com outros cães.
Parte 4 – http://fabi.blog.br/?p=418
Parte 3 – http://fabi.blog.br/?p=336
Parte 2 – http://fabi.blog.br/?p=273
Parte 1 – http://fabi.blog.br/?p=202